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Depressão

Saiba o que é a doença, quais as causas, tipos, sintomas e tratamentos

Introdução

Diante das adversidades da vida, como luto, perda de emprego, divórcio ou alguma doença, é comum as pessoas sofrerem e ficarem tristes. Com o passar do tempo, cada um encontra a sua maneira de superar o problema e continuar a vida. Porém, para algumas pessoas, a tristeza é um sentimento que se torna frequente, levando a um desânimo e até à perda de interesse pela vida. Essas precisam ficar atentas, pois podem, na verdade, ter desenvolvido um quadro de depressão.

É importante distinguir a tristeza originária da depressão daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis.

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O que é depressão?

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor. Ela é caracterizada por uma tristeza profunda que interfere na vida cotidiana – no trabalho, nos estudos, nos relacionamentos.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que em todo o mundo, mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com esse transtorno, sendo ele a principal causa de incapacidade funcional, e que as mulheres são mais afetadas do que os homens.

Depressão no Brasil

No Brasil, a estimativa da OMS é de que 5,8% da população seja afetada pela doença. Porém, a Pesquisa Vigitel 2021, realizada pelo Ministério da Saúde, mostra que houve um aumento da incidência dos casos de depressão no país.

O levantamento mostrou que 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido diagnóstico médico da doença. A frequência foi maior entre as mulheres (14,7%) em comparação com os homens (7,3%).

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Causas da depressão

A depressão é uma doença que tem, como causas, fatores endógenos (relacionados com o próprio indivíduo) ou exógenos (relacionados com o ambiente no qual a pessoa vive). Assim, ela é, hoje, considerada uma patologia biopsicossocial.

Evidências mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores — serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina —, substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.

Sintomas e fatores de risco

Existem diferentes tipos de depressão, cada um apresentando um tipo de sintoma, mas, de maneira geral, aqueles que ajudam a caracterizar o quadro são:

  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • Desânimo, cansaço, necessidade de maior esforço para fazer as atividades;
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
  • Falta de motivação e apatia;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
  • Pessimismo, sentimento de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte;
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade;
  • Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
  • Diminuição do desempenho sexual;
  • Perda ou aumento do apetite e do peso;
  • Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce. Pode ocorrer com menos frequência um aumento do sono;
  • Dores e outros sintomas físicos que não estejam justificados pelo médico, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo (podendo ser Fibromialgia, doença muito recorrente atualmente), sensação de corpo pesado ou de pressão no peito.

A depressão, como dito, tem causas genéticas e também relacionadas ao ambiente no qual a pessoa está inserida. Entre os principais fatores de risco que podem contribuir para o seu desenvolvimento estão:

  • Transtornos psiquiátricos correlatos;
  • Estresse e ansiedade;
  • Disfunções hormonais;
  • Excesso de peso, sedentarismo e dieta desregrada;
  • Tabagismo e consumo de álcool e outras drogas;
  • Alguns medicamentos;
  • Traumas físicos ou psicológicos;
  • Doenças crônicas, como diabetes;
  • Ocorrência de eventos, como separação, perda de emprego, luto ou doença.

Tipos de depressão

A depressão não é uma doença que se apresenta da mesma maneira para todos aqueles afetados por ela. O transtorno é classificado em diferentes tipos. São eles:

Depressão maior

É o tipo mais comum e genérico, com o paciente apresentando sintomas clássicos da doença, como tristeza, alterações no sono e no apetite, entre outros;

Transtorno depressivo persistente

Também chamado de distimia ou transtorno do humor deprimido. Os sintomas depressivos costumam durar cerca de dois anos e, em alguns momentos, se apresentam de maneira menos grave;

Depressão perinatal ou pós-parto

Pode surgir durante a gravidez ou após o parto (depressão pós-parto). Os sentimentos de extrema tristeza, ansiedade e exaustão muitas vezes levam as mães a se descuidarem de seus bebês e até mesmo a evitá-los;

Transtorno disruptivo da desregulação do humor

É caracterizado por uma irritação crônica grave. A pessoa tem explosões de raiva frequentes — várias vezes ao longo da semana —, que são caracterizadas por violência verbal ou física e irritabilidade ao longo do dia;

Depressão psicótica

Ocorre quando uma pessoa sofre de depressão grave, além de alguma forma de psicose, com alucinações e delírios. É considerada uma categoria atípica de depressão maior, onde as pessoas demonstram sintomas psicóticos e comportamento depressivo geral ao mesmo tempo;

Transtorno afetivo sazonal

É quando a pessoa apresenta uma tristeza profunda durante os meses de inverno, quando há menos luz solar natural. Este tipo de depressão não é considerado no Brasil, já que não temos invernos rigorosos com ausência de sol;

Transtorno afetivo bipolar

Embora a doença se apresente de maneira diferente da depressão, é caraterizada como um tipo dela, porque o paciente vivencia episódios de humores extremamente baixos, que atendem aos critérios de depressão maior, além de episódios de mania, quando surge euforia ou irritabilidade de maneira intensa;

Desordem disfórica pré-menstrual

Tipo de depressão específica das mulheres. Se apresenta como uma forma grave da tensão pré-menstrual (TPM), com sintomas mais intensos.

Estágios da depressão

A depressão é classificada em três graus, dependendo do número de sintomas, da sua intensidade e do impacto que eles causam na vida do indivíduo. São eles:

  • Leve: presença de poucos sintomas. O indivíduo consegue gerenciar os sinais de maneira satisfatória, sem grandes impactos em sua vida;
  • Moderado: o número de sintomas presentes aumenta, assim como a sua intensidade, e o déficit na vida cotidiana começa a ser notado;
  • Grave: caraterizado pela presença de muitos sintomas. A pessoa que sofre com depressão de grau grave não consegue gerir o mal-estar elevado que sente e passa a ter dificuldades para enfrentar as questões do dia a dia.

Diferença entre depressão e tristeza

Muitas vezes, quem está deprimido pode pensar que está apenas triste. Mas a tristeza, embora seja um dos sintomas da depressão, não define o quadro. A tristeza é momentânea, vivenciada em algum momento traumático pelo qual a pessoa está passando. Porém, a pessoa consegue superá-la em alguns dias ou semanas e retomar sua vida normal.

Já a tristeza na depressão dura por até um mês ou mais, além de estar associada a outros sintomas típicos da doença, como perda de apetite, alterações no sono e desânimo.

Diferença entre ansiedade e depressão

Embora muitas vezes ocorram juntas, a depressão e a ansiedade são transtornos psiquiátricos diferentes. A ansiedade é definida como um estado constante de apreensão e medo diante de acontecimentos e situações cotidianas.

É comum a pessoa apresentar sinais de inquietação, preocupação excessiva, irritabilidade, dificuldade no sono, tensão e dores musculares, aperto no peito e sensação de medo, que pode vir acompanhada de falta de ar e aceleração dos batimentos cardíacos.

Estima-se que em 24% dos casos a ansiedade evolui para depressão.

Diagnóstico da depressão

O diagnóstico da depressão é feito com base nos sintomas apresentados, em como a pessoa se apresenta física e emocionalmente no momento e em uma análise do seu histórico de vida e familiar.

O médico pode, ainda, solicitar alguns testes para avaliar o estado mental do paciente, mas ressalte-se que não existe um exame específico que pode diagnosticar a doença.

Tratamentos

O tratamento da depressão é feito de três maneiras:

  • Com medicamentos: a escolha pela medicação ideal varia caso a caso, conforme o tipo de depressão, os sintomas apresentados, se há a presença de outras doenças relacionadas e pelo histórico pessoal e familiar do paciente;
  • Psicoterapia: o tratamento psicoterápico envolve uma série de abordagens, como terapia cognitiva-comportamental, terapia interpessoal e terapia de resolução de problemas;
  • Combinação dos dois tratamentos.

Tratamento da depressão com psiquiatria

Ao perceber os primeiros sinais de depressão, o indivíduo deve procurar por um psiquiatra, médico especialista no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais.

É ele quem vai identificar o tipo de depressão e o grau de severidade dos sintomas, e é quem pode recomendar o uso de medicações, se assim for necessário.

Tratamento da depressão com psicanálise

O tratamento da depressão, quando realizado com a ajuda de um psicanalista, visa ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam a doença. Assim, ele consegue reduzir os sintomas e saber identificar quando uma crise depressiva pode estar se aproximando.

Na psicanálise, o especialista conduz o indivíduo ao autoconhecimento e ao inconsciente e propõe ferramentas que o ajudem a lidar diariamente com a doença. As vantagens da psicanálise no tratamento da depressão estão na investigação das causas mais profundas que favorecem ou desencadeiam os sintomas depressivos. Assim, a pessoa conhece mais profundamente a si mesma e dispõe de métodos internos para melhorar.

O psicanalista que não é médico, e/ou médico psiquiatra não pode prescrever medicamentos antidepressivos.

Para mais informações, entre em contato agora mesmo e agende sua consulta com a Dra. Yumara Siqueira.

Fontes:

Dra. Yumara Siqueira de Castro

Organização Pan-Americana de Saúde

Ministério da Saúde

Medley Farmacêutica

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