Conheça as principais características do transtorno que pode se desenvolver após a exposição a eventos traumáticos
É comum que não gostemos de relembrar ou reviver situações ameaçadoras, difíceis ou violentas do nosso passado. A resposta a eventos traumáticos é uma reação natural e muitas vezes essencial à manutenção do funcionamento cerebral adequado e também da sobrevivência.
Apesar disso, quando essas lembranças trazem consigo sensação de medo constante, angústia, de reviver o momento de trauma com todas as suas características, causando intenso sofrimento psíquico e físico à pessoa, está presente o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Por conta da intensidade do sofrimento e do estresse, este transtorno pode ser responsável por problemas na rotina e na convivência social de quem vive com ele. Também pode levar a pessoa a sofrer com problemas de autoestima e autoimagem causados pelo sentimento de culpa por causa dos sintomas do transtorno.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2 milhões de pessoas a partir dos sete anos de idade no Brasil convivem com a condição. Ainda assim, é um transtorno que muitas vezes não é diagnosticado corretamente. Por isso, é importante entendermos suas principais características para que o tratamento mais eficaz seja aplicado o quanto antes.
O transtorno de estresse pós-traumático tem como principal característica a manifestação de sintomas de sofrimento físico e psíquico associados às recordações de momentos ameaçadores, de extrema violência ou de extremo risco de vida a si mesmo ou a alguém. Essas recordações podem se manifestar da seguinte forma:
Além dos comportamentos relacionados à reação pessoal às lembranças do momento de trauma, existem outros sinais e sintomas do transtorno de estresse pós-traumático, como:
A manifestação dos sinais e sintomas do transtorno de estresse pós-traumático tem duração maior que um mês e depende de cada paciente, da presença de comorbidades, como a depressão, e da experiência traumática em si.
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As causas do transtorno de estresse pós-traumático são, basicamente, a vivência de momentos que desencadeiam uma reação traumática que traz sofrimento físico e psíquico à pessoa, como temor, angústia e horror.
As características mais comuns das situações que levam alguém a desenvolver o TEPT são:
Apesar de as características acima serem as mais comuns em eventos que levam ao transtorno de estresse pós-traumático, cada pessoa reage de forma diferente aos traumas que sofre. As vivências sociais, psicológicas, morais e mesmo religiosas interferem de forma direta na forma com que cada indivíduo tem suas respostas traumáticas.
O diagnóstico é clínico e deve ser feito de acordo com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). Assim, o médico psiquiatra deve analisar a reação do paciente à situação traumática vivida por ele, que precisa causar sofrimento psíquico e afetar negativamente as relações sociais e rotineiras.
É importante também identificar o tempo de manifestação dos sinais e sintomas. Para que seja considerado estresse pós-traumático, os sintomas precisam estar presentes por pelo menos um mês. Antes desse período é comum que qualquer pessoa tenha sinais semelhantes aos do TEPT.
Outro momento importante no processo diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático é a investigação de outros transtornos mentais ou de possíveis casos de abuso de substâncias e álcool. Tais situações podem levar a sinais e sintomas de sofrimento psíquico semelhantes aos do TEPT e precisam ser diferenciadas.
Apesar de o diagnóstico ser basicamente clínico, exames de dosagens hormonais para avaliar suas alterações em momentos de estresse podem ser solicitados em alguns casos para auxiliar no diagnóstico do transtorno.
Uma vez diagnosticado o transtorno de estresse pós-traumático, o tratamento deve ser avaliado e estabelecido imediatamente, pois o TEPT é um transtorno que pode, potencialmente, se tornar crônico, com risco maior naqueles pacientes que já sofrem com os sintomas há mais de três meses.
A principal finalidade do tratamento é a redução dos sintomas para a retomada da qualidade nas relações sociais e de rotina sem o sofrimento causado pelas lembranças do momento de trauma.
Para isso, é importante aliar estratégias de tratamento para que se criem ambientes físicos e fisiológicos propícios para a recuperação do paciente. A psicoterapia é a principal indicação de tratamento para o transtorno.
Além da terapia, podem ser indicados pelo médico psiquiatra alguns medicamentos como inibidores de recaptura de serotonina, que atuam no alívio de sintomas como ataques de pânico e dificuldade para dormir. Ansiolíticos e betabloqueadores podem ser eficientes para sintomas de ansiedade.
A indicação de tratamento contra o transtorno de estresse pós-traumático deve ser feita pelo médico que diagnostica o problema. O tratamento precisa ocorrer em concordância com profissionais como o psicoterapeuta e também médicos de atenção primária, para que avaliem o estado geral de saúde com frequência.
A duração do tratamento é estabelecida de acordo com cada paciente e com a gravidade dos sintomas. Além disso, avaliações periódicas são necessárias para que seja avaliada a evolução do tratamento.
Saiba mais sobre esse e outros traumas com a Dra. Yumara Siqueira, entre em contato e agende uma consulta.
Fonte:
Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial do Estado de Santa Catarina
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