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Como funcionam os antidepressivos

Por: Dra Yumara Siqueira CRM-MG 22767 / RQE 20493

Existem diversas classes desses medicamentos. Saiba como agem e quais efeitos colaterais podem ter no organismo.

Os antidepressivos são medicamentos que agem no sistema nervoso central das pessoas diagnosticadas com depressão, ou seja, naquelas que apresentam sintomas como tristeza, angústia, desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, desmotivação, falta de energia, alterações do sono e do apetite, entre outros sintomas, por dias e dias seguidos.

Como os antidepressivos agem?

Embora possa parecer uma relação óbvia, os medicamentos antidepressivos não tratam apenas a depressão. São remédios, muitas vezes, indicados para outras condições de saúde, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, fibromialgia e até mesmo tensão pré-menstrual (TPM). Esse medicamentos agem ainda na melhora da qualidade do sono, na diminuição das dores físicas, regulação do apetite e auxiliam no tratamento do TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade).

Os antidepressivos atuam modificando e corrigindo a transmissão neuroquímica em áreas do sistema nervoso central que regulam o estado do humor, que é controlado por substâncias chamadas de neurotransmissores. Ou seja, a principal função dos antidepressivos é regular a quantidade de neurotransmissores no nosso organismo, para manter nosso humor em equilíbrio. A maioria dos medicamentos antidepressivos pertence à classe dos inibidores de recaptação da serotonina.

Os remédios antidepressivos são eficazes?

Eles são eficazes, mas isso depende muito do paciente e do quão grave a doença se apresenta. Há casos em que o médico precisará fazer uso de dois ou mais medicamentos antidepressivos em associação ou, ainda, utilizar outros fármacos que potencializem a ação dos antidepressivos.

Nas situações em que o paciente não responde ao tratamento medicamentoso — especialmente nos casos mais graves —, o especialista pode indicar terapias como a eletroconvulsoterapia, a estimulação magnética transcraniana e a terapia com Cetamina.

Tipos de antidepressivos

Os antidepressivos podem ser classificados em diversos tipos. Entre eles, pode-se destacar os mencionados abaixo.

  • Antidepressivos serotoninérgicos: é uma classe de medicamentos que tem se mostrado cada vez mais usada para o tratamento da depressão. Como funcionam os antidepressivos serotoninérgicos: eles agem inibindo a recaptação da serotonina (neurotransmissor), aumentando a disponibilidade da substância no organismo.
  • Antidepressivos melatoninérgicos: esse tipo de antidepressivo promove a recaptação da melatonina, substância que regula os ritmos biológicos do cérebro. Como funcionam os antidepressivos melatoninérgicos: eles reduzem a incidência de recaídas, além de apresentar efeitos rápidos no controle dos sintomas.
  • Antidepressivos tetracíclicos (ADTC): são medicações mais antigas. Podem ser uma alternativa para pacientes que não respondem a outros tipos de antidepressivos. Como funcionam os antidepressivos tetracíclicos: agem bloqueando a recaptação de norepinefrina e serotonina e, em menor proporção, da dopamina. Possuem efeito sedativo e analgésico. Podem causar sonolência e ter seus efeitos potencializados pelo álcool.
  • Antidepressivos tricíclicos (ADT): é a classe mais antiga de medicações antidepressivas. Como funcionam os antidepressivos tricíclicos: eles agem aumentando a concentração dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina, além de elevarem, ainda que de maneira sutil, os níveis de dopamina.
  • Inibidores da monoamina oxidase (IMAO): são considerados os antidepressivos mais completos, pois aumentam os níveis de serotonina, noradrenalina e dopamina. Como funcionam os antidepressivos inibidores da monoamina oxidase: existem enzimas no nosso organismo que têm a função de destruir os neurotransmissores. Os inibidores de IMAO agem suprimindo essas enzimas para que ocorra um aumento da concentração de neurotransmissores. Porém, seus efeitos colaterais podem ser mais severos e, por isso, devem ser usados com cautela.

Os remédios podem causar dependência?

Embora os medicamentos psiquiátricos sejam quase sempre associados à dependência química, não há nenhuma evidência de que os antidepressivos levem a isso. Muitas pessoas associam uma eventual recaída ou recorrência à dependência, o que não passa de mito.

Quando procurar um especialista em depressão e ansiedade

O psicólogo e o médico psiquiatra são os profissionais indicados para tratar depressão e ansiedade. O que diferencia um do outro é que apenas o psiquiatra pode receitar medicamentos, enquanto o psicólogo pode associar sessões de psicoterapia para complementar o tratamento.

Esses especialistas devem ser procurados quando a pessoa passa a apresentar sinais e sintomas que levam ao sofrimento e impactam negativamente em seu cotidiano, como: cansaço extremo, fraqueza, irritabilidade, angústia, tristeza, falta de interesse por atividades que antes davam prazer, pensamentos negativos, excesso de preocupação, suor frio, tremores e mal-estar diante de situações do cotidiano, como estar em um local com muitas pessoas.

A Dra. Yumara Siqueira de Castro é médica psiquiatra e possui formação psicanalítica. Atualmente, ela atua como psiquiatra e psicanalista com foco no tratamento dos transtornos mentais, oferecendo consultas presenciais e por telemedicina.

Entre em contato, agende uma consulta e saiba mais sobre como funcionam os antidepressivos com a Dra. Yumara Siqueira.

Fontes:

Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares de Portugal

Hipolabor

Associação Brasileira de Psiquiatria

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